domingo, 25 de outubro de 2015

Cinco Lições de Vida, por Ministro Barroso

Cinco Lições de Vida, por Ministro Barroso


Olá galera, hoje estou aqui para compartilhar com vocês, um texto muito pertinente, uma "lição de vida" que foi escrita por nada mais nada menos que o Excelentíssimo Ministro Barroso que é Patrono da turma de 2014 da faculdade de Direito da UERJ.

O texto chegou a meu conhecimento, quando o nosso querido professor de Constitucional, teve a bondade de nos ler tal regras.

Hoje estarei deixando a introdução e a lição N°1 para vocês!

Introdução

Eu poderia gastar um longo tempo descrevendo todos os sentimentos bons que vieram ao meu espírito ao ser escolhido patrono de uma turma extraordinária como a de vocês. Mas nós somos – vocês e eu – militantes da revolução da brevidade. Acreditamos na utopia de que em algum lugar do futuro juristas falarão menos, escreverão menos e não serão tão apaixonados pela própria voz.

Por isso, em lugar de muitas palavras, basta que vejam o brilho dos meus olhos e sintam a emoção genuína da minha voz. E ninguém terá dúvida da felicidade imensa que me proporcionaram. Celebramos esta noite, nessa despedida provisória, o pacto que unirá nossas vidas para sempre, selado pelos valores que compartilhamos.

É lugar comum dizer-se que a vida vem sem manual de instruções. Porém, não resisti à tentação – mais que isso, à ilimitada pretensão – de sanar essa omissão. Relevem a insensatez. Ela é fruto do meu afeto. Por certo, ninguém vive a vida dos outros. Cada um descobre, ao longo do caminho, as suas próprias verdades. Vai aqui, ainda assim, no curto espaço de tempo que me impus, um guia breve com ideias essenciais ligadas à vida e ao Direito.

I. LIÇÃO Nº 1

No nosso primeiro dia de aula eu lhes narrei o multicitado "caso do arremesso de anão". Como se lembrarão, em uma localidade próxima a Paris, uma casa noturna realizava um evento, um torneio no qual os participantes procuravam atirar um anão, um deficiente físico de baixa altura, à maior distância possível. O vencedor levava o grande prêmio da noite. Compreensivelmente horrorizado com a prática, o Prefeito Municipal interditou a atividade.

Após recursos, idas e vindas, o Conselho de Estado francês confirmou a proibição. Na ocasião, dizia-lhes eu, o Conselho afirmou que se aquele pobre homem abria mão de sua dignidade humana, deixando-se arremessar como se fora um objeto e não um sujeito de direitos, cabia ao Estado intervir para restabelecer a sua dignidade perdida. Em meio ao assentimento geral, eu observava que a história não havia terminado ainda.

E em seguida, contava que o anão recorrera em todas as instâncias possíveis, chegando até mesmo à Comissão de Direitos Humanos da ONU, procurando reverter a proibição. Sustentava ele que não se sentia – o trocadilho é inevitável – diminuído com aquela prática. Pelo contrário.

Pela primeira vez em toda a sua vida ele se sentia realizado. Tinha um emprego, amigos, ganhava salário e gorjetas, e nunca fora tão feliz. A decisão do Conselho o obrigava a voltar para o mundo onde vivia esquecido e invisível.

Após eu narrar a segunda parte da história, todos nos sentíamos divididos em relação a qual seria a solução correta. E ali, naquele primeiro encontro, nós estabelecemos que para quem escolhia viver no mundo do Direito esta era a regra nº 1: "nunca forme uma opinião sem antes ouvir os dois lados".


terça-feira, 13 de outubro de 2015

Recomendação de Livro: As Misérias do Processo Penal

Indicação de livro: As Misérias do Processo Penal - Francesco Carnelutti

Olá pessoal, estive afastado por um tempo (semana de provas destrói qualquer ser), mas estando de volta, lhes trago uma indicação de um livro de um dos maiores juristas Italianos que é o excelentíssimo Fracesco Carnelutti.

Minha intenção de comprar o exemplar somente surgiu quanto meu Professor de Processo Penal, exigiu que fizéssemos um trabalho do referido livro. Sendo um livro de pequeno porte, que pode ser encontrado facilmente na internet para download gratuito, ou em uma livraria, (não custará mais que R$15,00) me surpreendeu positivamente desde o primeiro momento que iniciei a leitura.

 O autor aborda o Processo Penal de forma sentimental, fazendo uma crítica fundamentada em anos de experiência que viveu como jurista. Certamente é um livro que todos devem ter na estante, e não vou longe não, até mesmo você que não faz Direito, é interessante lê-lo, pois a idéia contida no livro, nos traz a realidade de forma diferente de como pensamos, em outras palavras, abre-nos os olhos.

"As pessoas crêem que o processo penal termina com a condenação e não é verdade; as pessoas crêem que a pena termina com a saída do cárcere, e não é verdade; as pessoas crêem que o cárcere perpétuo seja a única pena perpétua; e não é verdade: A pena, se não mesmo sempre, nove vezes em dez não termina nunca. Quem em pecado está perdido. Cristo perdoa, mas os homens não".  - Francesco C.


Tenham uma boa leitura, e até a próxima! Abraços